domingo, 28 de dezembro de 2008

Reencontro

*pequeno comentário antes da postagem

Bem, eu estava dando uma "folheada" no meu blog, e cheguei a uma conclusão: quem entra aqui pede pra morrer. Po, fora as notícias da viagem, aqui só tem coisa depressiva e esquisita! Bem, a fim de mudar a imagem sórdida e carregada de perfídia que sonda esse blog, mudo o tema. BrasiL!




Depois da exaustiva caminhada, eu ainda soprava as mãos e as colocava no rosto para esquentar-me. Minhas luvas baratas não estavam agüentando tanto frio.
O corpo reclamava de cansaço, mas enfim eu havia chegado àquele hotelzinho que mais parecia o cenário de um filme de drama americano. A neve fazia um carpete imaculadamente branco em volta da construção, e devo confessar que isso me constrangeu a pisar naquele solo aparentemente virgem. Observei calmamente antes de me dirigir para a casa da esquerda – a da direita parecia ser um depósito ou algo assim. “Toque a campainha e aguarde ser atendido”, dizia um anúncio na porta. Assim eu fiz.
Deixei minha mochila de lado e esperei em vão: ninguém parecia ter ouvido o som da campainha. Tentei de novo, prestando mais atenção, e percebi que mesmo eu não ouvia nada. Tirei as minhas luvas – que não me adiantavam de muita coisa – e encarei o frio para abrir o mapa e checar: Não havia dúvida de que eu estava no Wildflower Inn, a pousada rústica que eu buscava, construída toda em madeira e escondida em algum lugar do Wyoming.
Voltei alguns metros e olhei novamente a placa: “Wildflower”... Eu estava no lugar certo. Desta vez, me dirigi para a construção da direita e me surpreendi ao não encontrar nem mesmo uma campainha que fosse. Olhei pela porta de vidro e não vi alma viva, o espaço todo ocupado por objetos de utilidades que eu não conhecia. A porta estava trancada.
Retornei à outra casinha, desta vez disposto a entrar. Minhas pernas cansadas pediam um pouso, um lugar onde eu me aquietasse. Apertei mais uma vez o botão, sem resposta, e abri a porta mesmo assim. Essas casas dos Estados Unidos têm sempre duas portas, para que o ar gelado não tenha lugar nas mesas de jantar... Entre as duas, falei várias vezes, aumentando o tom de voz: “Com licença? Com licença...”. Nada. Empurrei a segunda porta, muito pesada por sinal, e entrei bem devagar repetindo o mesmo refrão de várias vezes.
O prosaico corredor dava para uma sala simples e linda. Quatro sofás se espalhavam em torno de uma lareira agradável, onde já havia um pouco da decoração de Natal que eu ansiava em ver. Detalhes de decoração não chamavam a atenção de forma especial, mas formavam um conjunto esplêndido de beleza caseira.
Não quis sentar, pois não me senti convidado. Desisti de chamar e de procurar gente, porque já estava consciente de não encontraria ninguém naquela casinha. Me deixei ficar e admirar, somente, respirando com calma e recuperando as sensações nas mãos diante do irmão fogo, companheiro. Minha caminhada não fora em vão; as horas que passei estrada afora não me serviram para encontrar o que eu esperava, mas me deram a chance de aprender a renovar-me. Ter forças novas.
E tudo aquilo, ambiente e paisagem, decoração e cheiro de madeira... e pensar que estava ali só pra eu me encontrar mais uma vez.

2 comentários:

Mariana Mendes . disse...

Bom, então eu peço muito pra morrer, né? Porque to SEMPRE aqui! hauahuahauahu

Muito bom! Mesmo! =D

Beijos

Carol Morais disse...

Gostei muito! Me senti lendo um daqueles best sellers que a gente nem ve passar e que sao gostosos de ler!
Vc realmente edvia escrever um livro! ia sair nos 10 mais do new york times!
=D

E cá pra nós.. Melhor do que o último texto q vc fez ne? ^^
Nada pessoal husiauisuiaish

TE amo!
Espero que tenha conseguido!