segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Minha noite

Eu estava sentado de pernas cruzadas sobre a cama ainda tentando entender o que me movera até então, e ouvi a esperada e temida batida na porta. Fui atendê-la, já sabendo o que me esperava do lado de fora, e uma mulher morena e esguia, vestida de forma simples mas provocante, entrou como se a casa lhe pertencesse e acomodou-se no meu leito.
Meus olhos ingênuos percorreram o quarto em busca de um lugar onde eu próprio me sentasse, mas ela chamou-me com uma voz lenta e arrastada. Sentei-me ao seu lado, olhando para o seu rosto e sem saber o que fazer.
- Então, o que vai ser? – Perguntou. Era hora de começar o “negócio”. Minha espinha gelou e travou a resposta que eu buscava na garganta impotente, enquanto eu rezava para que ela tomasse logo a iniciativa das coisas e eu só precisasse deixar acontecer. Meus olhos paralisados pediam ajuda.
Um sorriso – talvez maldoso – iluminou sua face, e ela ergueu seu corpo a fim de fazer-me deitar. Eu tremia.
Pensei ter ouvido um murmúrio bem baixo, dizendo: “relaxe, relaxe...”, mas acredito que foram palavras de mim para mim mesmo. Subitamente, a mulher cobriu-nos com meu edredom desarrumado e eu senti sua mão acariciando meu membro. Me remexi, assustado, sem saber exatamente o que queria que acontecesse, mas ela não retrocedeu, continuando as carícias até que eu me sentisse bem e acostumado ao seu jugo. Abriu-me então a calça e libertou meu pênis, baixando-a só o suficiente para que ele ficasse livre.
Senti a excitação percorrendo meu corpo – ou era medo? Não importava. Ela saiu debaixo das cobertas e despiu-se sensualmente diante de mim. Não sei se esperava que eu fizesse o mesmo ou que tomasse alguma atitude, mas permaneci parado, mirando seu espetáculo sem mexer nem um dedo.
Enfim, ela introduziu meu membro em si com força. Senti as batidas do coração se acelerarem na mesma hora, e ela começou a mover-se languidamente, repetidamente, mais rápido, mais devagar...
Não me beijou nenhuma vez. Não senti o gosto da noite que esperava encontrar em seus lábios, nem o cheiro de perfume barato. Senti um misto inexplicável de sensações sobrepostas, onde arrependimento e incompreensão eram sobrepujados vorazmente pelo prazer.
O orgasmo veio, mas não me atrevi a emitir qualquer som. Timidamente, fechei os olhos e apertei a boca cheio de vergonha, enquanto ela se desmanchava em gemidos e exclamações falsas... Tão falsas que eu mesmo enojei essa falsidade, embora ela tivesse me dado enorme gosto.
Acompanhei o corpo moreno levantar-se e pegar as roupas pelo quarto, começando a vestir-se de novo. Senti-me cansado e sem forças. Quando ela já havia terminado, fitou-me implacavelmente, exigindo o que lhe era de direito. Então me torci na cama para achar a carteira e entregar os honorários que a noite merecia.
Ela mesma foi-se embora, abrindo a porta a guisa de despedidas e deixando um homem semi-acabado em uma cama que parecia vazia demais. Aquela fora a primeira puta barata que paguei em minha vida. Sem querer, eu havia começado uma luta mortal entre minha Verdade e o meu Prazer... E eu sei, nos poucos minutos em que senti sobre mim um corpo estranho e sensual, eu sabia que o prazer era a única Verdade que eu tinha.

2 comentários:

Marina Maximiano disse...

Cuma?

hehehehe...
Luv ya!

;)

Demas disse...

autor empírico difere do autor modelo.